FURACÃO E O AQUECIMENTO GLOBAL

Postado em 05/10/2017


FURACÃO E O AQUECIMENTO GLOBAL

ASSIMPI

Anualmente, num período que começa em junho e termina em novembro, Estados Unidos, Costa do México, América Central e o Caribe enfrentam a chamada “temporada dos furacões” - tipo de ciclone tropical que se caracteriza por um sistema de baixa-pressão sobre águas oceânicas, provocando chuvas torrenciais e fortes ventos, cujas velocidades podem ultrapassar os 300 km/h. Trata-se de um fenômeno climático de poder devastador bastante conhecido, principalmente nas regiões próximas à linha do Equador, onde apresentam as condições essenciais para a sua formação: temperatura da superfície do mar acima de 27°C e incidência de ventos tranquilos. Nessas condições, são formadas as massas de ar que, gradativamente, entram em movimento circular até se transformarem em tempestades tropicais mais fortes e violentas, que podem influenciar uma região por vários dias, causando grande destruição material, enchentes e perda de vidas.

Nos últimos tempos, a mídia em geral vem relatando um crescente aumento na frequência desses episódios climáticos que, aparentemente, estão se acirrando a cada ano, inclusive com a alegação de que as mudanças climáticas estão por trás da descomunal magnitude dos furacões mais recentes, como o Harvey e Irma. “Embora tecnicamente não há como afirmar a correlação entre o aquecimento global e o aumento da frequência dos furacões, boa parte da comunidade científica americana está convencida de que a incidência de ciclones mais destrutivos está relacionada à elevação da temperatura global, uma vez que a fonte de energia dos furacões é o calor dos oceanos”, explica Ricardo de Camargo, especialista em meteorologia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP).
De acordo com ele, a ocorrência desse tipo de fenômeno do Brasil não é algo comum, embora já tenha acontecido no passado recente. “Em 2004, tivemos o caso do Catarina - o primeiro furacão observado no Atlântico Sul - que atingiu as áreas litorâneas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com ventos que chegaram a 180 km/h. Foi um caso extraordinário, já que, normalmente, as águas do Atlântico Sul são menos aquecidas e os ventos próximos à superfície são mais intensos, fatores esses que inibem a formação desse tipo de ciclone tropical”, esclarece o professor. Fonte: ASSIMPI