Postado em 05/06/2018
Crimes cibernéticos na esteira da evolução tecnológica
Não é novidade afirmar que o mundo digital trouxe inúmeros pontos positivos em nossas vidas, proporcionando enormes facilidades e benefícios às atividades diárias das pessoas e empresas, inclusive promovendo grandes avanços e conquistas nas áreas da saúde, economia, cultura, educação, segurança e comunicação, entre outras. Contudo, a medida que avançamos tecnologicamente, as ameaças virtuais também crescem de forma exponencial. Segundo o engenheiro de computação Wagner Ikeda, fundador da empresa de segurança cibernética R-Evolux, trata-se de uma guerra sem fim, haja vista que, ambos os lados, estão muito empenhados e motivados na renovação de suas técnicas para, rapidamente, se adequarem à evolução da tecnologia.
“Se por um lado, os governos e corporações estão tomando medidas vigorosas para bloquear as violações de segurança cibernética, por outro, os hackers estão cada vez mais arrojados para tentar ludibria-las, com a finalidade de acessar dados sigilosos de pessoas, empresas e até de governos, tais como dados bancários ou de cartão de crédito, para obter vantagem financeira, ou, simplesmente, destruir a reputação ou valor de uma marca”, afirma ele. “Para se ter uma ideia, só em 2016, as perdas devidas a fraudes no comércio eletrônico dos EUA foram da ordem de USD 6,7 bilhões, de acordo com os dados da consultoria norte-americana Lexis Nexis”,complementa o especialista.
Ikeda explica que, atualmente, os sistemas antifraudes mais sofisticados adotam uma técnica chamada Deep Learning (Aprendizado Profundo, em inglês), que utiliza a inteligência artificial para realizar análises massivas em um volume grande de dados (Big Data), buscando por padrões anômalos e suspeitos com base nas transações que já ocorreram. “Essa ferramenta tem se mostrado bastante eficaz na identificação de diversos tipos de fraudes”, esclarece ele que, contudo, faz um alerta quanto à possibilidade dessa tecnologia também ser utilizada para o mal. “Assim como os pesquisadores conseguiram criar um sistema para detectar atividades cibernéticas ilícitas, eles podem tranquilamente fazer outro, para burlá-lo”, diz ele, afirmando que, cedo ou tarde, os criminosos acabam se adaptando aos novos desafios que lhes são impostos. “O risco sempre estará presente, mas cabe a nós minimizá-los”, finaliza o engenheiro.