Postado em 16/01/2019
DESENVOLVIMENTO E CONFIANÇA
Perguntamos a Bruno Alves mestre em Desenvolvimento Sustentado pela UNB e assessor do Simpi se o Brasil pode chegar a um crescimento de dois dígitos, a resposta foi rápida, “confiança, essa é a palavra de ordem nos negócios”.
Quando o governo é uma das partes envolvidas, não basta apenas um fio do bigode de alguém. É preciso haver regras rígidas que mantenham as contas públicas saudáveis. Se houver suspeita de calote, os investidores fogem. O dinheiro não aceita desaforo. O endividamento público brasileiro é alto (90% do PIB - dado FMI). O sexto maior do mundo. É bem verdade que Japão (236%), Estados Unidos (107%) e França (96%) têm índices mais altos. Mas têm também garantias mais sólidas (dívidas de outros países), credores mais complacentes (parte de suas dívidas nas mãos das suas populações) ou estão em processo de redução de déficits (caso francês). Venezuela (162%) e Itália (128%) vão em sentido contrário e estão deixando seus investidores muito preocupados. O Brasil seguirá por esse mesmo caminho, caso não promova um ajuste fiscal, apesar da queda dos juros reais. Mas como reduzir a dívida? Crescendo.
O país precisa gerar mais caixa. Os juros estão caindo e a inflação está controlada. Há oportunidades à espera do setor privado, que dependem de regulações mais flexíveis. Existe ainda espaço para o investimento público, desde que haja folga no orçamento. Dando os passos certos, o Brasil poderá crescer bem acima dos 2,5% projetados para 2019. A medida mais imediata para o alívio das contas é a Reforma Previdenciária. O Orçamento 2019 prevê que a Previdência deverá consumir 32,6% dos recursos públicos. Uma redução dessa parcela poderá ser revertida em investimentos e, ao mesmo tempo, evitará que o governo alcance seu teto de gastos, que têm margem curta para não serem congelados.
Fonte: SIMPI