Postado em 29/05/2024
economia americana
O economista Otto Nogami nos traz atualizações importantes sobre o panorama econômico global e suas implicações para o Brasil. Recentemente, a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), equivalente ao Copom no Brasil, revelou uma preocupação persistente com a inflação nos Estados Unidos. Isso indica que a política monetária adotada até agora não está alcançando os efeitos desejados. Dados recentes mostram que a economia americana está em expansão, refletida por uma baixa taxa de desemprego e um aumento na empregabilidade. Esse cenário de maior geração de empregos resulta em mais renda disponível, o que eleva a demanda e, por consequência, os preços. Essa situação sugere uma tendência de inflação crescente, algo indesejado pelo Banco Central dos EUA.
Para enfrentar essa inflação, o Federal Reserve (FED) pode adotar uma política monetária mais contracionista, mantendo a taxa de juros no atual patamar de 5,5% e não descartando uma possível alta até o final do ano. O objetivo é fazer com que a inflação convirja para a meta de 2%. A pergunta que surge é: como essa política do Banco Central norte-americano pode afetar a economia brasileira? Decisões de política monetária contracionista nos EUA tendem a impactar negativamente nossa economia, principalmente devido à saída de capital estrangeiro, o que eleva a taxa de câmbio e, consequentemente, os custos de produção no Brasil. No contexto atual, a divulgação da ata do FOMC intensifica preocupações no Brasil devido ao desajuste fiscal significativo. A reforma tributária, que é um processo lento e potencialmente traumático, agrava essa preocupação. Como resultado, observamos uma queda na bolsa, aumento na taxa de câmbio e uma diminuição nos níveis de investimento, especialmente devido ao desajuste fiscal. O governo brasileiro havia prometido um déficit zero para este ano, mas agora sinaliza que dificilmente cumprirá essa meta, antecipando um eventual déficit. Um déficit nas contas públicas implica em menos recursos para investimentos no setor privado, afetando a já deficiente infraestrutura do país e prejudicando a recuperação do poder produtivo da economia. Essa situação pressiona os preços e coloca no radar a possibilidade de aumento da inflação. Consequentemente, o Banco Central brasileiro deve manter a taxa de juros Selic no atual patamar e, dependendo da evolução desse cenário, pode até aumentar a taxa nos próximos períodos. Otto Nogami conclui suas considerações ressaltando a importância de monitorar esses desdobramentos e suas implicações tanto para a economia global quanto para a brasileira. A interação entre políticas monetárias internacionais e a situação fiscal interna deve ser observada de perto para entender seus efeitos sobre a inflação e os investimentos no Brasil. Assista:
Fonte: Vamos aprender sobre a economia americana