Postado em 01/08/2018
ECONOMIA EM 2018
Para entendermos o desempenho da economia de 2018, é preciso relembrar as expectativas que estavam sendo criadas em 2017: com a aprovação de algumas reformas no ano passado, como a Trabalhista, a Emenda Constitucional do teto de gastos públicos e um ambiente externo favorável, criou-se a expectativa de que esse ano seria bem melhor para a economia brasileira. “De fato, o desempenho do 1º trimestre confirmou essa tendência, mas 2 grandes episódios no fim do 1º semestre mudaram radicalmente esse cenário: a paralisação dos caminhoneiros e a forte disparada da cotação do dólar”, afirma o professor-doutor Simão Davi Silber, da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em Economia Internacional. Segundo ele, até o mês de maio, as projeções do desempenho da economia eram de 3%. Essa expectativa, contudo, já caiu para 1,5%, muito em função dessas turbulências. “Portanto, teremos um 2018 muito parecido com 2017, ou seja, com crescimento próximo ao 1%, número esse que é bastante modesto, para um país que enfrentou uma profunda recessão em 2015-2016”, diz o docente.
Silber também afirma que o mercado financeiro está muito cético em relação ao futuro brasileiro, porque, até agora, nenhum candidato à presidência se comprometeu com reformas estruturais sólidas, fato esse que, de certo, também irá comprometer o desempenho do 2º semestre. “Ainda há a esperança de um desempenho melhor a partir de 2019, mas tudo isso vai depender do próximo governo. De certo, o que ainda temos de favorável ao caso brasileiro são 2 fatores: a inflação está controlada, na casa dos 4%, e as contas externas estão consideravelmente equilibradas. Portanto, se não ocorrerem novos fatos intempestivos, existem condições adequadas para que o ano que vem seja melhor do que 2018”, conclui o especialista.
Fonte: SIMPI