Postado em 28/03/2018
EMPRESAS EM CRISE RECORREM AO TURNAROUND
Em função da profunda e prolongada recessão econômica que atingiu o país nos últimos anos, muitas empresas em apuros têm buscado auxílio de especialistas para fazer o chamado Turnaround (“dar a volta”, em português), termo esse que é utilizado internacionalmente em administração de empresas, para denominar o conjunto de ações estratégicas e operacionais destinadas à recuperação de empresas que perderam a saúde financeira, e que não mais conseguem se reerguer por conta própria. Em outras palavras, trata-se de um mecanismo de gestão que se propõe tirar as empresas da situação de estagnação ou declínio, fazendo com que elas passem a crescer e sejam rentáveis, restabelecendo sua performance e valor de mercado.
“A demanda por trabalhos de reestruturação tem sido muito intensa nesse período, com muitas corporações buscando alternativas para atenuar a crise, sobreviver ou, até mesmo, salvar seus negócios”, afirma o economista Luiz Alberto de Paiva, diretor-presidente da Corporate Consulting, empresa especializada em gestão estratégica de negócios em crise e em reestruturação.
Segundo o especialista, reestruturar uma empresa não se resume apenas em renegociar dívidas, vender ativos, reduzir as despesas e aumentar as receitas, mas é um processo mais amplo, que envolve aspectos físicos, humanos, financeiros, jurídicos, econômicos e administrativos. “Estamos falando em reverter uma situação de crise para recolocar a empresa nos trilhos. E isso não se faz sem medidas drásticas e radicais que, por sua vez, precisam ser muito bem planejadas”, diz ele, explicando que, muitas vezes, envolve até a alteração da missão, valores e nos produtos oferecidos. “O processo de reestruturação começa com um diagnóstico da situação, no qual é feita uma varredura nas áreas financeira e operacional, analisando os ativos e os passivos, os meios de precificação dos produtos, os contratos com fornecedores, entre outros. Então, a recuperação em sendo viável, é necessário verificar todas as opções, o negócio em si e as condições internas e externas, para que seja possível elaborar um plano de reestruturação mais adequado à realidade da companhia, cuja implementação vai exigir sacrifícios, muita disciplina e determinação, mas será possível obter resultados mais fortes, consistentes e sustentáveis”, esclarece Paiva.