CRISE ENERGÉTICA LATENTE

Postado em 18/10/2017


CRISE ENERGÉTICA LATENTE

Nos últimos anos, a economia brasileira saiu de uma situação de um crescimento quase chinês..................

Nos últimos anos, a economia brasileira saiu de uma situação de um crescimento quase chinês, para cair numa profunda recessão, talvez a pior da história do país. 

De uma forma geral, tudo piorou: a contração da economia levou à queda da produção, que aumentou de sobremaneira a taxa de desemprego e, consequentemente, reduziu a renda e o consumo. A boa notícia - ironicamente - é que não tivemos apagões ou blecautes. 
“A demanda por eletricidade está menor do que em 2014, em função da própria crise. 
Se estivéssemos experimentando um período de crescimento econômico, certamente estaríamos enfrentando sérios problemas”, afirma Sílvio Paixão, professor de Análise de Cenários Econômicos e Macroeconomia da FIPECAFI.
Embora o consumo tenha caído, temos, porém, vivenciado sucessivas majorações nas tarifas de energia elétrica, motivo de grande preocupação para o setor produtivo, já que esse insumo representa, em média, 15% de todo o custo da indústria, segundo dados da pesquisa SIMPI/DataFolha. 
“De fato, a seca muito forte que tivemos há cerca de 4 anos, e que se prolongou por um período muito longo, causou prejuízo considerável nos níveis dos reservatórios de água que, mesmo com o fim da estiagem, não conseguiram se recuperar” explica ele. “Agora, com a chegada de um novo período de estiagem, para que não houvesse desabastecimento de água, interrompeu-se a geração de energia hidrelétrica, substituindo pela termoelétrica, que é mais cara, e que ficou ainda mais, com a elevação dos tributos sobre os combustíveis”, complementa.
Contudo, segundo o especialista, a crise energética não é só culpa da falta de chuvas. “É preciso considerar os equívocos estratégicos de longa data, desde a aplicação de políticas tarifárias populistas até a total ausência de investimentos em obras para geração e transmissão”, aponta ele, argumentando que se faz urgente a revisão da matriz energética brasileira. “É preciso planejamento de novas hidrelétricas (com reservatórios de água), investir em fontes alternativas e, também, acelerar campanhas de racionalização e economia no uso da eletricidade”, diz ele. 
“Enquanto isso não acontece, as empresas vão precisar encontrar soluções criativas para suportar os custos, que continuarão a crescer”, conclui Paixão.

Fonte: ASSIMPI