Postado em 14/02/2018
Panorama das fusões e aquisições em 2018
Após uma recessão muito severa que se abateu sobre o Brasil durante os últimos anos, o mercado financeiro já volta a sentir alguma melhora na economia brasileira, inclusive com mais otimismo em relação a investimentos externos no país. De acordo com o jornalista Aluísio Alves, da Thomson Reuters do Brasil, o volume financeiro envolvido nos anúncios de compra de venda de participações de empresas brasileiras em 2017 atingiu a marca de USD 66,5 bilhões, um crescimento de 22,3% em relação a 2016. “Já em operações completadas, o volume financeiro foi de USD 65,1 bilhões, um salto de 73,1% em relação à 2016, mas, em número de transações, houve queda de 12,2%, com 488 negócios concluídos”, explica.
Segundo ele, a Bolsa de Valores experimentou altas interessantes durante 2017, reflexo da movimentação de investidores interessados em retorno de curto prazo. “Por exemplo, o nosso principal índice de ações, que é o IBOVESPA, já chegou a ter alta de 30% no ano passado, que foi o melhor resultado nos últimos anos, inclusive batendo o recorde histórico”, diz Alves, prevendo que essa movimentação, contudo, deverá desacelerar, o que já vem ocorrendo nos últimos dias. “O mercado quer ver o governo entregar mais reformas estruturantes, principalmente a da Previdência Social, além de mais alguns outros sinais de que a recuperação prometida, de fato, vai acontecer”, esclarece. Agora, quanto aos investimentos de longo prazo, o jornalista explica que também estão acontecendo, porém, num ritmo bem menor, uma vez que o foco desses fundos está na aquisição pontual de empresas que possuam bom faturamento, e que estejam em notável crescimento. “Como a privatização de algumas grandes empresas públicas ainda não saiu do papel e, além disso, o que se enxerga é que a recuperação da economia se dará de forma muito lenta nos próximos anos, num crescimento da ordem de 2 ou 3%, no máximo, então, para quem quer fazer investimentos de 30 ou 50 anos no Brasil, a tendência é esperar um pouco mais para investir”, complementa.
Por fim, o analista da Thomson Reuters também avalia que, embora a atual classificação de risco do Brasil possa prejudicar a entrada de grandes players, como os megafundos de pensão americanos, por outro lado, essa limitação, na prática, acaba não sendo tão relevante para outras classes de investidores, como as de Private Equity, que podem fazer investimentos de forma independente ou consorciada. “Por exemplo, a canadense Brookfield, além das empresas chinesas, continua buscando oportunidades de investimentos no setor de energia e infraestrutura no país, apesar do maior risco”, conclui.