Postado em 22/08/2018
Relação entre a confiança do consumidor e o desemprego
Ratificando os resultados previstos pelas últimas pesquisas mensais do SIMPI/DataFolha, o mais recente levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV) identificou que a confiança do consumidor brasileiro caiu, ou seja, a disposição de consumo pela população diminuiu, principalmente por conta dos altos índices de desemprego no país, Segundo o professor doutor Joelson Sampaio, coordenador do curso de Economia da FGV/SP, a disposição de consumo é determinada pelas perspectivas futuras da economia, sobretudo em relação a seus reflexos sobre o mercado de trabalho e a situação financeira de cada cidadão, constituindo-se num importante índice para avaliar as tendências acerca do crescimento econômico do país. “Quando o consumidor está satisfeito e otimista em relação ao futuro, tende a gastar mais e, assim, movimentar o mercado. Logo, a confiança do consumidor atua como indutor do crescimento econômico do país”, explica ele.
Agora, num cenário em que os índices de desemprego estão estáveis, mas a níveis elevadíssimos, isso é muito ruim, pois acaba retraindo o poder de consumo da população. “Estamos falando em quase 20 milhões de pessoas desempregadas no Brasil, em que, aproximadamente, 6 milhões estão em estado de desalento, ou seja, já nem estão mais à procura de emprego”, afirma ele, atribuindo parte dessa péssima situação não só à crise econômica, mas à instabilidade política que atravessa o país. “Além do atual governo estar sofrendo um desgaste muito grande, pois não conseguiu emplacar as reformas estruturais necessárias, temos, ainda, um cenário de total indefinição nas próximas eleições, em que não há como prever quem será o presidente, tampouco qual será sua plataforma de governo. E, quando as pessoas têm incertezas, a tendência é que gastem menos, procurando poupar para enfrentar tempos mais difíceis”, complementa o acadêmico.
Por isso, para diminuir os índices de desemprego, Sampaio afirma que não há outro caminho, senão o do crescimento econômico. “Quando a economia cresce, cresce o PIB, aumenta o consumo, que aumenta a demanda por trabalho, gerando empregos e renda, que, por sua vez, abastecem e movimentam a economia. Caso contrário, continuaremos patinando”, explica ele, acreditando que, se tudo der certo e elegermos um presidente comprometido com uma agenda de crescimento - desde que tenha o apoio do Congresso Nacional - poderemos chegar em 2021/2022 a patamares de como estávamos há 10 anos.
Fonte: simpi