Postado em 07/05/2025
resiliência a nova regra
Ao analisar os principais eventos econômicos das últimas décadas, o economista Hudson Bessa destaca um padrão que se repete: ciclos de euforia seguidos por crises profundas. No início dos anos 2000, a internet ganhava força, impulsionando expectativas e investimentos. Porém, essa mesma empolgação resultou em uma bolha: os preços dos ativos desabaram e inúmeras empresas não resistiram à correção do mercado. Poucos anos depois, em 2008, o colapso do Lehman Brothers desencadeou uma crise financeira mundial. A alavancagem excessiva dos mercados trouxe novamente uma queda acentuada nos preços dos ativos e abalou economias no mundo inteiro. Avançando mais um pouco no tempo, chega-se a 2020, quando a pandemia paralisou o planeta. O impacto inicial foi semelhante: ativos despencaram. Mas, com ações rápidas dos bancos centrais e uma injeção massiva de liquidez, a recuperação ocorreu em ritmo surpreendente. Agora, diante da transição para 2025 e do novo cenário político e econômico global, com aumento de tarifas e tensões comerciais, Bessa alerta para uma fase de maior protecionismo e isolacionismo. “Isso encarece o mundo”, diz o economista, reforçando que esse movimento traz consigo inflação, recessão e, inevitavelmente, mais incertezas. O mercado, por sua vez, antecipa esse ambiente e reage com novas quedas nos preços dos ativos, alimentando a percepção de risco. A volatilidade, segundo ele, tornou-se uma constante. E a oscilação dos ativos reflete diretamente a atividade econômica e a imprevisibilidade do cenário global. Essa instabilidade exige mudanças na forma como empresários e investidores se planejam. “Hoje, há menos espaço para erro. O planejamento precisa ser resiliente e levar em conta que o inesperado pode, sim, acontecer”, afirma. Bessa observa ainda que muitos empresários brasileiros, atraídos por uma taxa de juros historicamente baixa, tomaram crédito em um momento de euforia. Agora, com os juros em patamares muito mais elevados, enfrentam o peso de um custo de capital que compromete suas operações — o que ajuda a explicar o atual recorde de empresas em recuperação judicial. Diante disso, ele recomenda cautela e lucidez. Planejamentos devem considerar cenários conservadores e assumir um nível maior de risco potencial. Mais do que nunca, é necessário entender os sinais do presente, aprender com o passado recente e estruturar estratégias capazes de resistir a choques futuros. Assista:
Fonte: A resiliência é a nova regra da economia