Criptoativos cumprem funções de moeda, mas a volatilidade impede sua consolidação: Entenda

Postado em 27/05/2025


Criptoativos cumprem funções de moeda, mas a volatilidade impede sua consolidação: Entenda

Criptoativos Entenda

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Muito se discute sobre os criptoativos, amplamente reconhecido pelo público como criptomoedas, a exemplo de Bitcoin e Ethereum. A questão recorrente nesse debate é se esses ativos podem ser considerados moedas e, mais do que isso, se seriam capazes de substituir as moedas tradicionais. No campo da economia monetária, há um conceito que define, de forma objetiva, os critérios que caracterizam uma moeda: para que uma unidade seja reconhecida como tal, é necessário que cumpra um conjunto específico de funções. Segundo o economista Otto Nogami, as funções básicas da moeda são: ser instrumento de troca, medida de valor, reserva de valor e meio para pagamentos diferidos. A primeira função refere-se à possibilidade de viabilizar transações entre agentes econômicos, permitindo a circulação de bens e serviços. A segunda corresponde à capacidade de atribuir valor a diferentes produtos, funcionando como referência para precificação. A terceira função consiste na reserva de valor, que é a possibilidade de armazenar o poder de compra ao longo do tempo. A quarta função envolve o uso da moeda como instrumento para pagamentos diferidos, permitindo que dívidas sejam contraídas no presente com a possibilidade de quitação futura, sem que o valor se deteriore nesse intervalo. Com relação aos criptoativos, Nogami afirma que eles atendem, em tese, a todas essas funções. São instrumentos de troca, medida de valor, podem ser utilizados como reserva de valor e também como meio para pagamentos diferidos. No entanto, ele destaca que existe um problema fundamental: a alta volatilidade desses ativos. A volatilidade ocorre porque o valor dos criptoativos está diretamente relacionado às forças de oferta e demanda. Quando há aumento na demanda, o preço tende a subir. Quando há substituição por outros ativos, a tendência é de queda no valor. Esse comportamento instável compromete a confiança necessária para que os agentes econômicos adotem os criptoativos com a mesma segurança com que utilizam moedas tradicionais. Outro aspecto relevante está relacionado à emissão dessas unidades. Enquanto a criação de moeda é uma prerrogativa exclusiva dos bancos centrais, a criação de criptoativos pode ser realizada por qualquer agente econômico, mediante o processo conhecido como mineração. Assim, não há uma autoridade central que controle a emissão nem que utilize esses ativos como instrumentos de política monetária. O economista aponta que essa ausência de prerrogativa impede que o Banco Central utilize criptoativos para implementar políticas monetárias, sobretudo no controle da inflação. Na política monetária tradicional, quando há necessidade de conter a inflação, o Banco Central retira moeda de circulação. Caso tentasse fazer o mesmo com criptoativos, a retirada diminuiria a oferta, elevando ainda mais o seu valor no mercado, em função da relação direta entre oferta reduzida e demanda constante. Dessa forma, Nogami conclui que a valorização dos criptoativos decorrente de uma tentativa de intervenção estatal acabaria beneficiando apenas um grupo restrito de detentores desses ativos, aumentando o poder de compra desse segmento e, ao mesmo tempo, neutralizando os efeitos pretendidos pela política monetária. Para ele, esse é o centro das discussões que cercam os criptoativos e sua possibilidade de se tornarem moedas no sentido pleno do conceito econômico. São debates que, segundo o economista, devem permanecer em pauta por um longo período. Assista:

 

 

 

 

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