Postado em 29/01/2025
Gustavo Loyla ex-Presidente Banco Central no Simpi
O economista e ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, falou sobre o atual momento econômico do Brasil. Em sua análise, ele destacou um cenário desafiador tanto no aspecto externo quanto interno. De acordo com Loyola, as condições internacionais não são favoráveis, com uma perspectiva de juros mais altos nos Estados Unidos, maior protecionismo, inflação mais elevada e uma valorização do dólar. Essas pressões externas, segundo o economista, criam um ambiente difícil para países emergentes como o Brasil. Internamente, a situação fiscal do Brasil também não contribui para uma recuperação econômica sólida. O economista apontou que o mercado não acredita que o governo atual consiga cumprir as metas fiscais necessárias para estabilizar a relação dívida líquida-PIB. As pressões inflacionárias devem manter a inflação ao redor de 5%, e o Banco Central, apesar de aumentar os juros, ainda enfrenta dificuldades para atingir a meta de inflação de 3%, o que tem gerado mais efeitos negativos do que positivos para a economia. Em relação ao valor do dólar, Loyola estimou que o preço justo seria em torno de R$5,00, levando em consideração as condições externas e expectativas de juros nos Estados Unidos. No entanto, ele destacou que as condições domésticas podem influenciar esse valor. Ao ser questionado sobre a atuação do Banco Central, o ex-presidente avaliou que a gestão tem feito o necessário, apesar das críticas em relação à reversão das políticas de juros. Ele acredita que o Banco Central está agindo corretamente, considerando as circunstâncias e que a gestão de Roberto Campos Neto foi eficiente. Além disso, ele expressou otimismo quanto à continuidade da gestão sob Gabriel Galípolo. Loyola também mencionou que o Brasil enfrenta um cenário em que ainda há espaço tanto para piorar quanto para melhorar. A relação entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário tem sido um fator importante, pois o mercado observa essas interações de perto. A situação fiscal continua sendo a maior preocupação para a economia, mas ele apontou aspectos positivos, como a taxa de desemprego baixa e o crescimento do agronegócio, que podem ajudar a aliviar o cenário econômico. Quanto ao futuro, o ex-presidente do Banco Central acredita que, apesar das dificuldades, o Brasil tem a capacidade de superar crises, citando o exemplo do Plano Real, que completou 25 anos. Ele enfatizou que, embora o ano de 2025 seja desafiador, é importante manter a confiança e continuar trabalhando para alcançar um futuro melhor. Assista:
Fonte: Gustavo Loyla ex-Presidente Banco Central no Simpi