Postado em 15/01/2025
Tarifaço Trump
Hudson Bessa, economista especialista no mercado financeiro, compartilhou sobre o cenário econômico global e suas implicações para o Brasil. Em sua análise, ele destacou que a posse de Donald Trump, marcada para o dia 20, trará um impacto significativo, principalmente com a adoção de uma política tarifária agressiva conhecida como “Trumponomics”. Bessa explicou que o aumento das tarifas reduzirá o comércio internacional, o que, por sua vez, tende a provocar uma recessão global. Ele também abordou as consequências inflacionárias dessa política, uma vez que a tentativa de trazer a produção de volta aos Estados Unidos diminuirá as vantagens competitivas da globalização, elevando os custos de produção. Além disso, Hudson Bessa alertou sobre o clima de incerteza gerado pela postura beligerante de Trump, com propostas como a possível incorporação do Canadá e a retomada do controle do Canal do Panamá, o que poderia aumentar a insegurança econômica mundial. Com um cenário mais inflacionário e de crescimento reduzido, as taxas de juros tendem a subir, tornando o financiamento mais caro e intensificando a competição por capitais internacionais, especialmente nos países desenvolvidos. No que diz respeito ao Brasil, Bessa enfatizou que o país não está isolado do cenário global. O aumento no custo de capital e a possibilidade de uma taxa de juros mais alta nos Estados Unidos são fatores que agravam a situação econômica interna. Ele também mencionou a fragilidade fiscal do Brasil, com um aumento de 7 pontos percentuais na relação dívida/PIB em apenas dois anos, o que já levou o Banco Central a aumentar as taxas de juros e a planejar novos aumentos. Isso, aliado a um cenário global recessivo e inflacionário, impacta diretamente a economia brasileira. Para o futuro próximo, Bessa sugeriu que o Brasil precisará adotar uma postura cautelosa e conservadora, com foco em um planejamento financeiro rigoroso. Ele aconselhou aqueles que possuem dívidas a renegociar contratos, prazos e taxas, além de tomar cuidado redobrado com o fluxo de caixa, já que até mesmo bons investimentos podem ser prejudicados por uma má gestão financeira. O economista concluiu que, embora 2025 não deva ser tão difícil quanto o ano anterior, será um período desafiador que exigirá atenção e estratégias prudentes. Assista:
Fonte: Tarifaço de Trump e os reflexos no Brasil