Postado em 27/05/2025
Tarifas comerciais
O tema das tarifas comerciais entre Estados Unidos e China, as variações cambiais e a política monetária brasileira são centrais para a análise econômica atual. Roberto Dumas comenta sobre o contexto das tarifas e os impactos no câmbio, inflação e crédito no Brasil. Ele destaca que os Estados Unidos aplicaram inicialmente uma tarifa de 145% sobre produtos chineses, enquanto a China impôs uma tarifa de 125% sobre importações americanas. Recentemente, ambos os países chegaram a um armistício que reduziu essas tarifas para 30% e 10%, respectivamente, pelo menos para os próximos 90 dias, o que representa uma evolução positiva nas negociações comerciais. Dumas observa que o dólar americano continua a depreciar em relação a várias moedas, inclusive o real brasileiro. Essa depreciação indica um risco elevado de estagflação nos Estados Unidos, situação caracterizada pela combinação de recessão e inflação. A incerteza sobre investimentos e tarifas elevadas impacta negativamente a economia americana, com efeitos colaterais no Brasil. Com o real valorizado diante do dólar depreciado, o preço das commodities, principal produto de exportação brasileiro, tende a cair, afetando a balança comercial do país. Por outro lado, se o dólar valorizar, o real se desvaloriza, aumentando pressões inflacionárias internas. Além disso, Dumas enfatiza o posicionamento do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que mantém uma política monetária restritiva, com juros elevados por um período prolongado, motivada pela política fiscal expansionista e pela falta de ancoragem fiscal. O cenário exige atenção especial das empresas e tomadores de crédito, alerta Dumas. A inadimplência crescente entre pessoas físicas e jurídicas tem levado os bancos a elevar as taxas de juros não só em razão da Selic, mas também pela necessidade de compensar riscos maiores. Ele recomenda cautela na contratação de crédito, avaliando cuidadosamente condições como taxas pré ou pós-fixadas, especialmente em fintechs, dado que o mercado de crédito deve desacelerar devido aos juros elevados. Assista: