Trump e o tiro no pé! Tarifas trás incerteza na economia

Postado em 19/03/2025


Trump e o tiro no pé! Tarifas trás incerteza na economia

Trump tiro no pé

Coluna do SIMPI: O porquê do alto índice de inflação em fevereiro - News Rondônia
Foto: Jim Lo Scalzo/EPA/Bloomberg

A recente imposição das tarifas de 25% sobre os aços semiacabados e alumínio, anunciada pelo governo de Donald Trump, é vista por muitos especialistas como um movimento prejudicial não apenas para a economia norte-americana, mas também para a economia global. Embora a medida tenha sido esperada, seus impactos são consideráveis e acabam sendo um “tiro no pé” para os próprios Estados Unidos. O professor de Economista do Insper, Roberto Dumas explica que a razão para isso é simples: a cada funcionário que trabalha com aço semiacabado nos EUA, aproximadamente 80 outros empregados são afetados, pois o aço semiacabado é utilizado em diversos setores industriais, como a produção de carros, máquinas, equipamentos e eletrodomésticos. Isso, por sua vez, pressiona a inflação nos Estados Unidos, impactando a taxa de juros do país e, consequentemente, prejudicando o câmbio brasileiro. Além disso, a incerteza criada por essas tarifas flutuantes – ora 25%, ora 50% – gera um ambiente de insegurança nos negócios. Empresários, investidores e consumidores não sabem o que esperar e ficam receosos de tomar decisões de consumo e investimento. Isso pode afetar negativamente a confiança do consumidor e, como consequência, o crescimento do PIB dos Estados Unidos. A situação pode piorar, conforme alguns economistas alertam, com a possibilidade de o país entrar em um cenário de “estagflação” – uma combinação de recessão e inflação. O que Trump está promovendo, portanto, pode levar a uma grave crise nas cadeias de suprimentos globais, impactando diretamente a produção de bens, como smartphones e outros dispositivos eletrônicos, que dependem de componentes de diversas partes do mundo, incluindo Taiwan, Coreia, Japão, Estados Unidos e Holanda. Além disso, a estratégia de Trump para trazer mais empresas para os EUA pode enfrentar grandes dificuldades. O país já está próximo de pleno emprego, com uma taxa de desemprego de 4%, e a deportação em massa de imigrantes legais e ilegais pode resultar em escassez de mão de obra qualificada, o que exerce ainda mais pressão inflacionária. A alta da inflação, portanto, não afeta apenas os Estados Unidos, mas também pode ter reflexos globais. Se essa pressão inflacionária se mantiver, o Federal Reserve pode optar por manter as taxas de juros elevadas por mais tempo, tornando os investimentos nos Estados Unidos mais atrativos. No entanto, isso também pode prejudicar o câmbio do Brasil, aumentando a inflação interna e dificultando a queda da Selic – um cenário desafiador para a economia brasileira. Portanto, enquanto alguns investidores podem ser atraídos pelas taxas de juros mais altas nos Estados Unidos, é crucial considerar a valorização do dólar e os efeitos do câmbio na rentabilidade dos investimentos. No Brasil, por exemplo, quem investiu no ano passado perdeu dinheiro devido à desvalorização do real, apesar dos retornos proporcionados pela. taxa de juros local. Em resumo, é essencial analisar a taxa de juros em dólares e os ganhos reais ao decidir onde alocar os investimentos. Com isso, o cenário global e local continua a exigir cautela e uma análise cuidadosa das variáveis econômicas.
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Fonte: Trump e o tiro no pé! Tarifas trás incerteza na economia